Institucional
Organograma do Corpo de Bombeiros
- CCB - Comando do Corpo de Bombeiros
- Gab Cmt CB - Gabinete do Comandante do Corpo de Bombeiros
- Subcmt CB - Subcomandante do Corpo de Bombeiros
- CBM - Comando de Bombeiros do Metropolitano
- CBI-1 - Comando de Bombeiros do Interior - Campinas
- CBI-2 - Comando de Bombeiros do Interior - Bauru
- CBI-3 - Comando de Bombeiros do Interior - Santos | Guarujá
- Dep Oper - Departamento de Operações
- Dep Prev - Departamento de Segurança e Prevenção Contra Incêndios
- DP - Departamento de Pessoal
- DFP - Departamento de Finanças e Patrimônio
- Div TIC - Divisão de Tecnologia da Informação e Comunicação
- Div OM - Divisão de Organização e Métodos
- CSM/MOpB - Centro de Suprimento e Manutenção do Material Operacional de Bombeiros
- ESB - Escola Superior de Bombeiros
- GB - Grupamento de Bombeiros
- GBMar - Grupamento de Bombeiros Marítimo
Área de Atendimento do Corpo de Bombeiros
Aplicativos
NOc - Notificação de Ocorrências

Este aplicativo permite acompanhar até 3 viaturas operacionais e, dessa forma, alarmar, informar o histórico inicial e permitir a roteirização do bombeiro até o local de uma ocorrência, quando despachada pelo SIOPM Corp. Aplicativo destinado aos integrantes do Corpo de Bombeiros de São Paulo
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Bombeiro em Números

Viaturas Históricas

UT – 26 (Utilitário)

UR – 300 (Unidade de Resgate)

AR – 08 (Apoio a Resgate)
Em 2008, com aquisição de viaturas mais modernas, foram transferidas para Unidades Básicas de Saúde ( UBS’s ) da Polícia Militar, sendo a AR-08 doada para compor a frota do Acervo Histórico do Corpo de Bombeiros para a manutenção de sua memória. AR – 08 / General M / S 10 – 2002

AG – 07 (Auto Guincho)

SK – 01 (SNORKEL)
Em Nov/1992 foi gentilmente doado ao Acervo Histórico do Corpo de Bombeiros. SK – 01 / Ford – 1972

CM – 11 (Cavalo Mecânico)

TP – 07 (Transporte de Pessoal)

TP – 140 (Transporte de Pessoal)

TP – 160 (Transporte de Pessoal)

TP – 275 (Transporte de Pessoal)

AQ – 01 (Auto Químico)

AQ – 02 (Auto Químico)

AB – 01 (Auto Bomba)
A bomba de incêndio deste veículo é uma "Hatfield Inglesa" com pistão de ação dupla, tendo como fonte de energia uma caldeira a vapor que utilizava lenha como combustível. Este equipamento trabalhou em uma carroça puxada a tração animal e posteriormente foi adaptado neste chassi International EUA-1930, prestando excelentes serviços até 1963 na cidade de Campinas. AB – 01 / International / 1930

AB – 02 (Auto Bomba)

AB – 16 (Auto Bomba)

AB – 36 (Auto Bomba)

AB – 54 (Auto Bomba)

AB – 63 (Auto Bomba)

AB – 117 (Auto Bomba) "Butterfly"

AB – 138 (Auto Bomba)

AE – 01 (Auto Escada)

AE – 03 (Auto Escada)

AE – 05 (Auto Escada)

AE – 08 (Auto Escada)

AE – 09 (Auto Escada)

AE -11 (Auto Escada)

AE – 12 (Auto Escada)
O levantamento de carga mediante o mecanismo de elevação da escada já suportava uma carga superior a 300 kg sem esteio e a mais de 2.000 kg com esteio e atingia uma altura 30 metros, sua capacidade de suportar só era possível pela estrutura de sua escada ser confeccionada com madeiras da mais alta qualidade das florestas Germânica. Restauração realizada pelo CSM/MOpB e posteriormente incorporado ao Acervo Histórico do Corpo de Bombeiros. AE – 12 / Mercedes Benz – 1928

AE – 46 (Auto Escada)

AE – 47 (Auto Escada)

AE – 50 (Auto Escada)
São Floriano

São Floriano nasceu provavelmente no começo do século III d.C., sob o reino do imperador romano Diocleciano. Consta que ele era um oficial romano em uma das legiões estacionadas na Europa, provavelmente na região da moderna Áustria. Ele era cristão e era administrador militar da província de Nórica. Viveu boa parte da vida na cidade de Mantem, próxima a Kems, na atual Alemanha.
Seu oficial superior era Aquilino, comandante da legião romana no vale do rio Danúbio, onde existiam muitos soldados. O mais antigo registro histórico sobre São Floriano foi encontrado num documento de doação de terras que data do século VIII, onde o presbítero Reginolfo oferecia para a Igreja Católica algumas propriedades de terras, entre elas, “as do lugar aonde foi enterrado o precioso mártir Floriano”.
A igreja cristã em seus primórdios se espalhou rapidamente pelo Império Romano em especial por suas vias de circulação e também por seus soldados. O fato de ficarem estacionados em regiões distantes de Roma devido às conquistas fazia com que os ensinamentos cristãos chegassem aos confins remotos do império. Muitos mártires cristãos foram do exército romano.
No século III, o imperador Diocleciano, um governante de grande energia, inteligência e habilidade, tornou-se perseguidor dos cristãos. Com o auxílio do genro Galério, ele iniciou prisões, torturas e expediu um decreto que proibia qualquer culto cristão e exigindo que qualquer livro religioso fosse destruído. A perseguição foi estendida também para as legiões, onde os soldados não podiam professar sua fé, sendo obrigados a jurar fidelidade ao imperador e aos seus ídolos sob pena de morte. No entanto, muitos militares foram executados por não terem acatado às ordens de Diocleciano, inclusive Floriano, que, junto com quarenta companheiros, foi sentenciado à morte por Aquilino.
Os soldados tinham se apresentado ao comandante para comunicar que eram cristãos e que não poderiam mais servir ao imperador, o que os levou à prisão. Nenhum dos quarenta presos, nem Floriano, renunciou a fé cristã. Por conta disso, todos eles foram sentenciados à morte, com uma pedra amarrada no pescoço e atirados ao rio Enns, tendo sido executados em 4 de maio de 304. Seu corpo acabou sendo resgatados por cristãos mais abaixo no rio.
Sua veneração foi oficialmente introduzida na Igreja pelo Martirológio Romano no século VIII, que manteve esta data para a festa litúrgica. No local da sua sepultura construíram um convento da Ordem dos Beneditinos. Mais tarde, passou para as mãos da Ordem dos Agostinianos, que difundiram a sua memória e a de seus companheiros. Seu culto se popularizou rapidamente na Áustria e na Alemanha, onde os fiéis recorrem a ele pedindo proteção em especial contra as inundações. Por essa sua tradição com a água, ao longo do tempo são Floriano se tornou o protetor contra os incêndios e padroeiro dos bombeiros.
Diz-se que devido aos constantes incêndios que sempre assolaram as modestas construções, Floriano teria criado um pequeno destacamento de legionários para permanentemente lutar contra o fogo. O nome deste grupamento de homens ficou conhecido como combatentes do fogo. Há uma lenda que diz que uma noite um grande incêndio destruía parte da vila que administrava e que ao rogar ajuda a Deus, com um único balde, ele teria acabado com o fogo.
Em 1138, seus restos mortais foram enviados de Roma pelo Papa Lúcio III para o rei Cassimiro da Polônia e para o bispo de Cracóvia, já que São Floriano tinha sido indicado como padroeiro da Polônia e de Linz, no norte de Áustria.
São Floriano é o padroeiro dos bombeiros, protetor contra os incêndios e de todos os que combatem o fogo. É também protetor dos limpadores de chaminés. Ele viveu no século III d.C. Sua festa é celebrada no dia 4 de maio. Sua imagem conta a história de sua vida. Vamos conhece-la.
Um pouco mais sobre São Floriano
A farda de São Floriano
A farda de São Floriano, com detalhes em dourado e azul, revela que ele foi oficial do exército romano, ocupando um cargo acima do de centurião. De fato, ele atuou numa legião fixada na região da atual Áustria, no vale do rio Danúbio. Devido à sua inteligência, perspicácia e coragem, foi designado administrador militar numa vila chamada Noricum, onde sua legião se fixara.
A cruz na mão esquerda
A cruz na mão esquerda de São Floriano simboliza a fé cristã que ele professava mesmo sendo um oficial do exército romano. Fixado numa legião romana distante de Roma foi mais fácil para ele e para milhares de soldados viverem a fé cristã. Com efeito, um grande número de mártires cristãos dos séculos II e III eram soldados romanos.
O balde de São Floriano
O balde de São Floriano, às vezes segurado por ele, ou, às vezes, por um anjo, retrata a missão que ele assumiu em sua legião. Em determinada época do ano a região de Noricum era assolada por incêndios que ameaçavam seriamente a vila. Por isso, São Floriano treinou e coordenou um grupo de soldados que se tornaram especialistas no combate ao fogo. Este grupo passou a se chamar “Combatentes do Fogo”. Certa vez, um grande incêndio surpreendeu a vila de madrugada. O fogo se alastrou tão rapidamente que os soldados não tiveram tempo para combatê-lo. Por isso, São Floriano fez uma oração pedindo a Deus um milagre. Em seguida, sentiu no coração o impulso de pegar um balde de água e atirá-la ao fogo. Quando fez isso, o fogo cessou imediatamente, para espanto de todos. Por causa disso, muitos soldados de sua legião se tornaram cristãos. E, também por causa disso, ele é o protetor dos bombeiros, protetor contra os incêndios e de todos os combatentes do fogo.
O anjo ao lado de São Floriano
O anjo ao lado de São Floriano significa o Mensageiro que levou seu pedido até Deus. Significa também a proteção de Deus para com todos aqueles que dedicam suas vidas pelo bem do próximo.
O estandarte branco com a cruz vermelha
O estandarte branco com a cruz vermelha sustentado pelo braço esquerdo de São Floriano significa que, além de ser cristão, ele propagou a fé cristã onde estava, principalmente entre os soldados de sua legião, sob seu comando. A cruz vermelha também simboliza o sangue de Cristo e dos mártires. São Floriano passará por esta dura prova de fé.
A pedra de moinho
A pedra de moinho ao lado de São Floriano nos fala de seu martírio. Por ordem do Imperador Diocleciano, o comandante da legião à qual São Floriano pertencia começou a agir contra os cristãos. Assim, ele prendeu São Floriano e mais quarenta soldados liderados por ele sob a acusação de terem se tornado cristãos. O comandante exigiu que eles renunciassem à fé em Jesus Cristo e adorassem ao imperador, que era visto em todo o império como um “deus”. São Floriano e os demais soldados recusaram-se a obedecer, alegando que:
- o imperador não era um “deus”, mas Jesus Cristo, sim;
- a fé em Cristo era um bem precioso demais;
- a fé não atrapalhava o império e não era incompatível com a função dos soldados, mas, pelo contrário, enobrecia tal função.
O comandante, porém, não aceitou tais argumentos e mandou torturar São Floriano e os quarenta soldados. Como eles permaneceram firmes, sem renunciar a Cristo, o comandante mandou mata-los. São Floriano foi amarrado a uma pedra de moinho e atirado no rio Ens, que banhava a vila. Assim, ele deu sua vida pelo fogo abrasador que é a fé em Jesus Cristo. Isso aconteceu em 4 de maio do ano 304 e este dia tornou-se o dia da festa de São Floriano.
Oração de São Floriano
“Ó Deus, que envia ao mundo homens e mulheres para nos lembrar que o seu amor está acima de todas as coisas, dai-nos, pela intercessão de São Floriano, buscar sempre a união convosco e com todas as pessoas de boa vontade. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!”
O Corpo de Bombeiros
Introdução
As primeiras responsabilidades legais pelo serviço de bombeiros datam de 25 de fevereiro de 1841, quando foi promulgada a Lei Nº 13 que marcou o serviço do Corpo Municipal Permanente. Essa Lei, além de missões inerentes ao serviço policial, como o estabelecimento das responsabilidades para os serviços de guarda, de condução de presos, de captura de indivíduos, de escolta de valores e de patrulhas na capital ou locais destacados, atribuiu àquele corpo policial, a atuação obrigatória no combate aos incêndios e no socorro de pessoas em perigo. A citada lei é a mais antiga legislação referente à atribuição de serviços de bombeiros à uma Corporação, nos arquivos da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Lei Nº 13, de 25 de fevereiro de 1841
[...] Ao corpo de municipaes permanentes desta capital pertence:
[...] § 8.º - O [serviço] de accudir immediatamente aos incendios, e de executar as medidas urgentes para evitar seus estragos, requerendo os serviços dos visinhos, espectadores [...]: o governo na capital lhe ministrará uma bomba para este serviço.
§ 9.º - O [serviço] de assistir a qualquer cidadão que reclame auxilio em momento de perigo [...].
O serviço de extinção de incêndios e socorro de pessoas continuou sendo executado como atividade secundária dos corpos policiais da época até que, em 10 de março de 1880, a Assembleia Legislativa provincial estabeleceu a Lei Nº 6 que, sancionada pelo presidente da província de São Paulo, autorizava o governo a organizar uma seção de bombeiros, anexa à Companhia de Urbanos da capital, e a fazer a aquisição de maquinários próprios para o cumprimento da missão de extinção de incêndios, primeira e até então única missão legal atribuída ao efetivo destacado. O sancionamento desta lei representou a primeira vez que um efetivo foi designado para dedicar-se exclusivamente ao serviço de bombeiros no Estado de São Paulo.
Lei Nº 6, de 10 de março de 1880
[...] Faço saber a todos os seus habitantes que a assembléa legislativa provincial decretou e eu sanccionei a lei seguinte:
[...] Fica o governo da provincia autorisado a organisar, desde já, uma secção de bombeiros, annexa à companhia de urbanos da capital, e a fazer acquisição dos machinismos proprios para a extincção de incendios.
Ao longo dos anos, aquela pequena Seção de Bombeiros elevou-se de categoria, agregou novas missões e teve seu contingente reforçado para garantir a capilarização da prestação de serviços em todo o Estado, evoluindo assim para o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Ao longo de sua história, vários foram os desafios e as conquistas dos valorosos personagens que conduziram essa Instituição até os dias de hoje. A história do Corpo de Bombeiros foi construída diariamente nestes mais de 138 anos no cumprimento das mais nobres tarefas que hoje se traduzem na seguinte missão institucional:
Atuar como coordenador do Sistema de Atendimento de Emergências do Estado de São Paulo, provendo proteção e resposta imediata às emergências de incêndio, salvamento e resgate.
O presente capítulo tem a missão de apresentar ao leitor alguns destes fatos históricos marcantes que tornaram a Instituição o que ela é hoje, uma referência nos serviços de bombeiros.
Criação do Corpo de Bombeiros
Na segunda metade do século XIX, São Paulo experimentou um surto de progresso que transformou completamente, a até então pacata cidade, em uma das maiores metrópoles do mundo. Apenas entre os anos de 1.872 e 1.900, a população cresceu mais de 7 vezes, saltando de 31.385 para 239.620 habitantes. Nesse contexto, a demanda por um serviço de atendimento às emergências se tornou inadiável, culminado com a criação do Corpo de Bombeiros em 1880.
No ano de 1850, a cidade se expandia em todas as direções e os casebres de pau a pique iam sendo substituídos por edificações maiores e mais modernas. Da mesma forma que a cidade crescia, cresciam também os incêndios, os quais não eram raros nesta época, pois, não eram evitados de maneira organizada. Como exemplo, pode-se citar o comércio e depósito de explosivos e inflamáveis instalados no coração da cidade.
Na ausência de um serviço de bombeiros, a atividade de extinção de incêndios era incumbida aos policiais e à população em geral. Tão logo tocasse o sino de alguma igreja anunciando o fogo, um contingente do Corpo de Permanentes era destacado para que, juntamente com homens e mulheres, incluindo os escravos, organizassem o combate às chamas.
Em dezembro de 1850, na Rua do Rosário, atual XV de Novembro, esquina com a Rua Boa Vista, ocorreu um grande incêndio, o qual, por conta da falta de recursos apropriados para sua extinção, assumiu proporções assustadoras, ameaçando consumir todo o quarteirão. Comentando sobre o ocorrido, o então presidente da província, José Thomaz Nabuco de Araújo, resignava-se, demonstrando a tristeza de nada poder fazer para socorrer os cidadãos pela total ausência de meios.
Esse incêndio foi extinto pela ação dos cidadãos e pelo uso de uma bomba manual emprestada por um francês, chamado Marcelino Gerard. Por conta do ocorrido, foram adotadas no ano seguinte diversas posturas regulamentando a estocagem de produtos e a atuação dos sineiros, aguadeiros e da população em casos de incêndio. Em continuidade às providências, foi adquirida a bomba do cidadão francês, que, junto com outra bomba manual mais antiga, tornaram-se os únicos equipamentos para o combate a incêndios da época.
Em 1862 ocorreu um incêndio em uma livraria na Rua do Carmo, sem grandes proporções, porém, suficiente para alertar o poder público, pois, constatou-se, mais uma vez, não haver a menor estrutura para se combater incêndios.
No ano seguinte, em 1863, ocorreu novo incêndio, desta vez na Rua do Comércio, em uma loja de ferragens, decorrente da explosão de uma barrica de pólvora. O fato se repetiu em 1870, quando novamente um barril de pólvora explodiu no centro da Cidade de São Paulo.
Em 1874 o Dr. Joaquim José do Amaral, chefe de polícia, pediu ao presidente da Província que fossem destinados recursos e que fosse autorizada a criação de um serviço regular de bombeiros, com pessoal habilitado e com a aquisição de equipamentos apropriados, tendo sido criada uma turma de bombeiros que ficaria agregada à Companhia de Urbanos, reunindo um total de 10 homens egressos do Corpo de Bombeiros da Corte. Contudo, com a substituição do chefe de polícia, seu sucessor não deu continuidade ao trabalho e logo essa função foi abandonada e os bombeiros foram designados para tomar conta das ruas.
E foi assim, em meio a paliativos, que chegou o fatídico 15 de fevereiro de 1880, trazendo o incêndio que destruiu a biblioteca da Faculdade de Direito e o arquivo do Convento de São Francisco, no tradicional largo da capital paulista. No dia seguinte, em um indignado discurso, o deputado Ferreira Braga destacou o fato de uma cidade importante como São Paulo, “tão rica quanto populosa”, não possuir um Corpo de Bombeiros perfeitamente organizado, e propôs a criação de uma Seção de Bombeiros, composta de 20 homens, vinculada à Companhia dos Urbanos.
A lei foi publicada em 10 de março de 1880, data que determina a criação Oficial do atual Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
A Seção criada ocupou uma parte do prédio onde funcionava a Estação Central da Companhia de Urbanos, na Rua do Quartel (hoje Rua 11 de Agosto), sendo requisitado o material necessário para sua formação. O Tenente José Severino Dias, oriundo do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, onde tinha o posto de alferes, assumiu o comando em 24 de julho de 1880, iniciando de imediato os trabalhos de organização dos serviços de combate a incêndios, de instrução e da instalação da Seção. Deste modo estabeleceu-se a Seção que definitivamente seria o embrião do atual Corpo de Bombeiros.
comandante do Corpo de Bombeiros
O crescimento da capital paulista e de outras metrópoles no Estado de São Paulo, bem como o consequente aumento das exigências do serviço, alavancaram o desenvolvimento daquela Seção de Bombeiros que passou a exigir um efetivo maior e mais preparado e uma maior quantidade de equipamentos para o atendimento das demandas.
No tocante ao efetivo, várias foram as elevações de categoria com aumento de militares no quadro de pessoal. Pouco após sua criação, já em 1887, parte do material recebido não passava pelo portão da Estação Central de Urbanos e, por conta disso, a Seção foi transferida para o prédio da Rua do Trem, hoje, Rua Anita Garibaldi, local da atual sede do Comando do Corpo de Bombeiros.
Em 1891, já com 64 bombeiros, a Seção foi elevada à categoria de Companhia de Bombeiros, passando a contar com 168 homens e com uma grande aquisição de materiais e equipamentos e, no mesmo ano, em 14 de novembro, foi então elevada a Corpo de Bombeiros, passando a contar com 240 homens mais bem selecionados e preparados em um espaço de tempo maior.
Com o tempo, o Corpo de Bombeiros foi impelido a iniciar a expansão progressiva e a capilarização dos serviços prestados em vários municípios do Estado de São Paulo, assumindo a responsabilidade pela pronta resposta às emergências em todo território estadual na preservação de vidas e do patrimônio.
Essa heroica escalada contou com a coragem e a dedicação de bravos bombeiros, de todas as patentes e graduações, que realizaram seu trabalho com afinco e amor à causa.
Escola Superior de Bombeiros

A formação técnica é um dos pilares do Corpo de Bombeiros de São Paulo. A Escola Superior de Bombeiros, ESB, é referência na disseminação do conhecimento na área de prevenção e combate a incêndios e emergências, recebendo profissionais de vários países. Do início rudimentar, com a organização dos primeiros manuais de instrução no começo do século XX, até a estruturação deste que é considerado o maior centro de treinamento de bombeiros da América Latina, no município de Franco da Rocha, passaram-se mais de 60 anos.
A história da ESB remonta ao ano de 1964, com a implantação da Companhia Escola de Bombeiros nas dependências da 4ª Companhia, no bairro do Cambuci (antiga 3ª e atual instalação do 1º Grupamento de Bombeiros). Em 1967, a escola foi transferida para uma área ampla, mas com instalações improvisadas, na invernada do Barro Branco (onde funcionava e funciona até hoje a Academia de Polícia Militar do Barro Branco), como Centro de Instrução e Adestramento, CIAd.
No final de 1985, o CIAd precisou desocupar o local, sendo realocado em condições precárias, sob a denominação de Centro de Instruções de Bombeiros, CIB, no prédio do Comando do Corpo de Bombeiros, na Praça Clóvis Beviláqua, no centro da capital. Já como Centro de Ensino e Instrução, CEIB, na década de 1990, foi preciso valer-se também de instalações do 4º e 8º Grupamentos para a especialização de motoristas, soldados e sargentos, até a transferência para sede definitiva, em 1999, ainda como CEIB, atual ESB.
A estrutura do atual núcleo de formação foi erguida em um terreno de 108,9 hectares (1.890.000 m²) em Franco da Rocha, Região Metropolitana de São Paulo. Às margens do Rio Juqueri e do Reservatório Paulo de Paiva Castro, o espaço pertencia à Secretaria da Saúde, passando depois para as mãos da Secretaria de Segurança Pública, já prevendo a construção de um local para a formação e especialização de bombeiros.
São 37,6 mil m² de área construída e uma ampla invernada, onde são realizados os mais diversos treinamentos. Nas instalações estão 32 salas de aula, alojamento para 768 alunos, quatro refeitórios, duas torres de treinamento para combate a incêndio e salvamento em altura, uma pista para treinamento de busca e resgate em estruturas colapsadas, galerias subterrâneas para treinamento em espaço confinado e três pistas para exercícios de combate a incêndios.
A estrutura de treinamento mais recente, inaugurada em março de 2016, é chamada de Cidade do Fogo e pode ser considerada uma das pistas de simulação mais completas do mundo. Formada por seis estações de treinamento para combate a incêndio estrutural, que permitem simular diversos cenários de fogo em locais fechados como uma casa térrea, um sobrado e um andar de hotel, a pista aproxima o treinamento de condições reais.
A escola conta com cerca de 220 professores (98% bombeiros), que se dividem em sete departamentos de ensino: produtos perigosos, resgate, salvamento terrestre, salvamento aquático, salvamento em altura, combate a incêndio e educação física. Para integrar o corpo docente da ESB é preciso que o candidato tenha anuência de seus superiores e que seu currículo seja aprovado pelo comando da escola, verificando-se em especial sua capacitação e experiência profissional.
Mais de 2.000 alunos recebem treinamento na ESB todos os anos. Afora os quatro cursos de capacitação para cabos, soldados, sargentos e tenentes, com duração entre seis meses e um ano, a escola oferece 14 cursos de especialização, atraindo não só quem deseja seguir como bombeiro quanto profissionais de outras áreas como médicos, enfermeiros, equipes de emergência e membros das Forças Armadas. Além de receber pessoas de todo o Brasil e de outros países, os professores da ESB ministram treinamento em vários Estados.
A ESB ainda apoia o atendimento a grandes ocorrências, bem como abriga eventos como o Seminário Técnico-Científico de Salvamento Veicular – Rescue Days Brasil, o Seminário Técnico-Ci entífico de Combate a Incêndio – Fire Days, e a seletiva estadual e nacional do World Rescue Challenge, Desafio Mundial de Resgate.
Canção do Corpo de Bombeiros
Somos nós os audazes bombeiros
Cumpridores do nosso dever
Que no fogo voraz lutaremos
Para salvar ou morrer
Ao alarme, partiremos
A sirene nos apraz
No perigo estaremos
Levando momentos de paz
Nossa vida é lutar pelo povo
No incêndio e no salvamento
Se o destino está sempre em jogo
Só Deus nos dá seu alento
Com coragem seguiremos
Olhar franco e tenaz
Sempre unidos estaremos
Trazendo momentos de paz
Sempre alerta e altaneiros
O sinistro vamos combater
Orgulhosos de sermos bombeiros
Enfrentamos sem nunca o temer
Para frente companheiros
Vigilantes e leais
Ao estado nós bombeiros
Daremos momentos de paz
Museu do Corpo de Bombeiros
Venha conhecer um pouco da nossa história!
Inaugurado em 10 de março de 2005, com o intuito de preservar a história do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, desde sua criação em 1880, com materiais, fotos, documentos e equipamentos, buscando descrever a trajetória da instituição e retratar a evolução dos equipamentos e dos serviços de bombeiros prestados a comunidade paulista.
Localizado no número 2.329 da Rua Domingos de Moraes, na capital, o casarão vermelho esconde verdadeiras relíquias. É o Centro de Memória do Corpo de Bombeiros. O prédio foi construído em 1927 por um engenheiro italiano e pertenceu à família Caruso. Em estilo art noveau, a construção é toda revestida de mármore e possui lustres de cristal e grandes vitrais. Em seus compartimentos, pode-se ver um pouco da história da instituição.
Na entrada, um carro vermelho do Corpo de Bombeiros que utilizava tração animal chama a atenção. Destaque também para o escafandro utilizado durante as décadas de 50, 60 e 70 do século passado e um extintor de incêndio de metal.
O subtenente Baroni, um dos responsáveis pelo espaço, explica que os objetos expostos estavam espalhados pelo Estado. “Muitos bombeiros, alguns até aposentados, ajudaram na formação deste acervo”, diz.
Outro objeto que impressiona quem visita o local é o Submersível. Trata-se um minissubmarino muito utilizado no Caribe e que foi empregado pelos bombeiros de São Paulo em tanques de mergulho.
Fotos históricas que marcaram a história da capital paulista, como os incêndios dos edifícios Andraus, Joelma e Grande Avenida, podem ser vistas. Subindo as escadas, há um espaço lúdico para crianças e adultos. São réplicas de caminhões e de automóveis de todo o mundo. O visitante também pode ver quepes, capacetes e insígnias de alguns corpos de bombeiros, como o de Nova York. Para finalizar o passeio, nada melhor do que uma sessão de cinema com as imagens de bombeiros do início do século passado.